25.5.06

[sem título]

na sua forma mais sublime a música detém um poder universal que lhe advém da forma prodigiosa como se insinua no mais profundo dos códigos misteriosos pelos quais o corpo transmite os seus sinais ao cérebro.

assim, o cérebro trata as mensagens musicais como se elas viessem do coração e não do ouvido. esta música apropria-se da transmissão e chega ao cérebro não somente enquanto som, mas também como sentimento puro.

[...]

o espírito do ouvinte privilegiado tem a sensação de estar a escutar às portas da sua vida interior, de estar ligado à fonte da existência, longe, bem longe, do quadro mundano da experiência.

antónio damásio, le voyage magnifique (1997)